Qual o prazo para sacar o FGTS após pedir demissão? - somuchtosaytoday

Qual o prazo para sacar o FGTS após pedir demissão?

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O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um direito garantido aos trabalhadores brasileiros, criado com o objetivo de proteger o empregado em caso de demissão sem justa causa, além de outros eventos previstos em lei. No entanto, uma dúvida comum entre os trabalhadores é: qual o prazo para sacar o FGTS após pedir demissão? Veja, a seguir.

O que é o FGTS?

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um dos pilares do sistema de proteção ao trabalhador brasileiro. Criado pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, e regulamentado pela Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, o FGTS é um direito assegurado a todos os trabalhadores com carteira assinada, sejam eles regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por estatutos próprios, pela Lei nº 8.112/90 (servidores públicos), ou mesmo trabalhadores rurais.

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O principal propósito do FGTS é criar uma reserva financeira em nome do trabalhador, a ser utilizada em momentos específicos de sua vida profissional, como na aquisição da casa própria, em casos de demissão sem justa causa, em situações de doença grave, entre outras previstas em lei.

O funcionamento do FGTS se dá da seguinte maneira: mensalmente, o empregador é obrigado a depositar em uma conta vinculada, aberta em nome do trabalhador na Caixa Econômica Federal, o valor correspondente a 8% do salário do empregado. Esse depósito deve ser realizado até o dia 7 de cada mês, e o não cumprimento dessa obrigação sujeita o empregador a penalidades previstas em lei.

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Direitos do trabalhador em relação ao FGTS

Compreender os direitos do trabalhador em relação ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é fundamental para garantir uma relação de trabalho justa e equilibrada. 

Direito ao FGTS

Todo trabalhador com carteira assinada tem direito ao FGTS, independente do tipo de contrato de trabalho (temporário, parcial, intermitente, etc.). O empregador é responsável por realizar os depósitos mensais em uma conta vinculada em nome do trabalhador na Caixa Econômica Federal. O valor depositado corresponde a 8% do salário do empregado e não é descontado do seu pagamento.

Garantias e proteção

O FGTS é uma garantia ao trabalhador em casos de demissão sem justa causa, oferecendo uma segurança financeira enquanto busca por nova colocação no mercado de trabalho. Além disso, o fundo também serve como uma reserva para situações emergenciais, como doenças graves, possibilitando o acesso a recursos financeiros em momentos de dificuldade.

Atualização monetária e rendimentos

Os valores depositados no FGTS são corrigidos monetariamente e acrescidos de juros anuais, o que garante a valorização do saldo ao longo do tempo. Dessa forma, o FGTS funciona como uma forma de investimento, proporcionando ao trabalhador uma reserva financeira mais robusta para o futuro.

Prazo para sacar o FGTS após pedir demissão

O prazo para sacar o FGTS após pedir demissão é uma questão que gera muitas dúvidas entre os trabalhadores brasileiros. Diferentemente dos casos de demissão sem justa causa, em que o acesso aos recursos do FGTS é imediato, quando o trabalhador pede demissão, existem regras específicas a serem seguidas.

1. Prazo estabelecido

O prazo para sacar o FGTS após pedir demissão é de três anos a partir da data de demissão registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Isso significa que o trabalhador que se desliga voluntariamente de seu emprego deve aguardar esse período para ter acesso aos recursos depositados em sua conta vinculada do FGTS.

2. Saldo e rendimentos

O saldo e os rendimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) são elementos fundamentais que contribuem para a valorização e o aproveitamento eficaz desse benefício pelos trabalhadores brasileiros. Compreender como esses aspectos funcionam é essencial para garantir uma gestão financeira consciente e maximizar os benefícios do FGTS. Abaixo, abordarei mais detalhes sobre o saldo e os rendimentos do FGTS:

Saldo do FGTS

O saldo do FGTS refere-se ao montante total de recursos depositados na conta vinculada do trabalhador ao longo do período em que esteve empregado com carteira assinada. Esse saldo é composto pelos depósitos mensais feitos pelo empregador, correspondentes a 8% do salário do trabalhador, bem como por eventuais depósitos adicionais, como os relativos a acordos judiciais, multas rescisórias e atualizações monetárias.

Rendimentos do FGTS

Os rendimentos do FGTS são os ganhos financeiros que o saldo da conta vinculada do trabalhador obtém ao longo do tempo. Esses rendimentos são calculados com base em uma taxa de juros anual estabelecida pelo Governo Federal, que costuma ser superior à taxa de inflação, garantindo assim a valorização do saldo do FGTS em termos reais.

Atualização monetária

Além dos rendimentos proporcionados pela taxa de juros, o saldo do FGTS também é atualizado monetariamente periodicamente. Isso significa que o valor depositado na conta vinculada do trabalhador é corrigido de acordo com os índices de inflação, garantindo que seu poder de compra seja preservado ao longo do tempo.

3. Situações excepcionais

Embora o prazo padrão para sacar o FGTS após pedir demissão seja de três anos, existem algumas situações em que o trabalhador pode ter acesso aos recursos antes desse período como rescisão por acordo, suspensão do contrato de trabalho, aquisição da casa própria ou doença grave.

4. Importância do planejamento financeiro

Diante do prazo de três anos para sacar o FGTS após pedir demissão, é importante que o trabalhador faça um planejamento financeiro adequado para lidar com essa situação. Caso necessário, é possível buscar alternativas de renda ou até mesmo utilizar outros recursos financeiros enquanto aguarda o prazo estabelecido.

Situações em que é possível sacar o FGTS após pedir demissão

Embora o prazo para sacar o FGTS após pedir demissão seja de três anos, existem algumas situações específicas em que o trabalhador pode ter acesso ao saldo de sua conta vinculada antes desse prazo. São elas:

1. Rescisão por acordo

A rescisão por acordo é uma modalidade de término do contrato de trabalho que tem ganhado relevância no cenário trabalhista brasileiro. Essa forma de desligamento ocorre quando empregador e empregado decidem, de comum acordo, encerrar o vínculo empregatício de forma amigável, sem a necessidade de uma demissão unilateral por parte do empregador ou do pedido de demissão por parte do empregado.

Procedimento e requisitos

Para que a rescisão por acordo seja válida, é necessário seguir alguns procedimentos e cumprir determinados requisitos, conforme estabelecido na Reforma Trabalhista de 2017. Entre os principais aspectos a serem observados estão:

  • Manifestação de vontade: Empregador e empregado devem manifestar de forma expressa e voluntária o interesse em encerrar o contrato de trabalho por meio de um acordo.
  • Homologação: O acordo de rescisão deve ser formalizado por escrito e assinado pelas partes, com a presença de duas testemunhas. Além disso, é necessário que o documento seja homologado pelo sindicato da categoria profissional ou pela autoridade do Ministério do Trabalho.
  • Pagamento das verbas rescisórias: O empregador deve pagar ao empregado todas as verbas rescisórias devidas, como saldo de salário, aviso prévio (se for o caso), férias proporcionais, 13º salário proporcional, entre outros direitos trabalhistas.
  • Saque do FGTS: Em caso de rescisão por acordo, o empregado tem o direito de sacar até 80% do saldo do FGTS, mas não tem direito ao saque do FGTS referente ao aviso prévio indenizado, nem à multa rescisória de 40%.

Vantagens e desvantagens

A rescisão por acordo pode trazer vantagens tanto para o empregador quanto para o empregado. Para o empregador, essa modalidade de desligamento pode representar uma economia financeira em relação aos encargos trabalhistas, além de evitar possíveis litígios judiciais. Já para o empregado, a rescisão por acordo pode proporcionar uma saída mais amigável do emprego, sem manchar seu histórico profissional.

2. Suspensão do contrato de trabalho

A suspensão do contrato de trabalho é uma situação em que as obrigações principais do empregado e do empregador são interrompidas temporariamente, mantendo-se o vínculo empregatício entre as partes. Durante esse período, o empregado deixa de prestar serviços e de receber salário, enquanto o empregador fica desobrigado de pagar remuneração e conceder benefícios previstos no contrato de trabalho.

Situações que permitem a suspensão do contrato de trabalho

Existem algumas situações previstas em lei que autorizam a suspensão do contrato de trabalho, tais como:

  • Participação em programa de qualificação profissional: O empregado pode ter seu contrato de trabalho suspenso para participar de cursos ou programas de qualificação profissional oferecidos pelo empregador.
  • Licença não remunerada: Em alguns casos, o empregado pode solicitar uma licença não remunerada ao empregador, mediante acordo entre as partes, para tratar de assuntos pessoais ou para realização de atividades não relacionadas ao trabalho.
  • Licença por motivo de doença ou acidente de trabalho: Em situações de doença ou acidente de trabalho que impeçam o empregado de exercer suas atividades laborais, o contrato de trabalho pode ser suspenso durante o período de afastamento.

3. Aquisição da casa própria

A possibilidade de utilizar o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aquisição da casa própria é uma das principais vantagens oferecidas aos trabalhadores brasileiros. Essa medida visa facilitar o acesso à moradia própria e promover a realização do sonho da casa própria para milhares de famílias em todo o país.

  • Regras e condições: Para utilizar o FGTS na aquisição da casa própria, é necessário que o trabalhador atenda a algumas regras estabelecidas pelo programa Minha Casa Minha Vida ou outras modalidades de financiamento habitacional. Entre as condições mais comuns estão: não possuir outro imóvel residencial no mesmo município onde pretende adquirir o novo imóvel, não estar em processo de financiamento ativo no SFH (Sistema Financeiro da Habitação) em qualquer parte do território nacional, entre outras.
  • Valor do imóvel: O valor máximo do imóvel a ser adquirido com recursos do FGTS varia de acordo com a localização e a faixa de renda do trabalhador. Geralmente, imóveis localizados em municípios com maior densidade populacional e regiões metropolitanas possuem um limite maior de valor para utilização do FGTS.
  • Modalidades de financiamento: O FGTS pode ser utilizado em diferentes modalidades de financiamento habitacional, como o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o Programa Minha Casa Minha Vida. Cada uma dessas modalidades possui suas próprias regras e condições específicas para utilização do FGTS.

4. Doença grave

A possibilidade de sacar o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em casos de doença grave é uma importante medida de proteção ao trabalhador brasileiro em situações de vulnerabilidade. Essa modalidade de saque visa proporcionar apoio financeiro aos trabalhadores que enfrentam problemas de saúde graves, garantindo-lhes uma fonte de recursos para o tratamento médico e outras despesas relacionadas.

  • Comprovação da doença: Para sacar o FGTS em casos de doença grave, o trabalhador deve apresentar documentos médicos que comprovem a gravidade da doença, como laudos médicos, exames, relatórios hospitalares, entre outros. Essa documentação é essencial para que o saque seja autorizado pela Caixa Econômica Federal.
  • Lista de doenças graves: O FGTS pode ser sacado em casos de doenças graves previamente listadas pela legislação, como câncer, AIDS, doenças cardíacas graves, doenças neurológicas incapacitantes, entre outras. É importante verificar se a doença do trabalhador está incluída nessa lista para garantir o direito ao saque.
  • Gravidade da doença: Além da comprovação da doença, é necessário que a condição de saúde do trabalhador seja grave o suficiente para justificar o saque do FGTS. Em geral, doenças que causam incapacidade temporária ou permanente para o trabalho são consideradas graves para efeitos de saque do FGTS.

Saque seu FGTS no prazo

O prazo para sacar o FGTS após pedir demissão é de três anos, contados a partir da data de demissão registrada na Carteira de Trabalho. No entanto, existem algumas situações em que o trabalhador pode ter acesso ao saldo de sua conta vinculada antes desse prazo, como rescisão por acordo, suspensão do contrato de trabalho, aquisição da casa própria e doença grave. É importante que o trabalhador esteja ciente de seus direitos em relação ao FGTS e busque orientação adequada em caso de dúvidas.

Veja também: Quem trabalha com carteira assinada pode receber Bolsa Família?

31 de março de 2024

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